Olá a todos os perdidos!

Faz tempo que não apareço por aqui. Entre o último post e este, um pensamento em particular me consumiu e me bloqueou por dias. Por ser uma reflexão muito pessoal e em desenvolvimento, resolvi registrar a ela no caderno antes de trazer para cá.

pensando parecendo estar em um podcast com um quadro escrito 'IA Escreve melor (como foi ia que criou escreveu errado kkkk) INUTIL / PESO MORTO'. E com algo como se fossem pensamentos saindo de sua cabeça

O Bloqueio: Pra Que Criar Se Há Coisas Que Fazem Melhor?

No dia 14 de Outubro, eu me peguei pensando:

“Pra quê fazer coisas como escrever, codar, desenhar, entre outras, se já temos ferramentas que fazem essas coisas muito melhor do que muitos de nós?”

As Inteligências Artificiais são um exemplo gritante disso. Elas produzem textos mais coesos, códigos mais limpos e imagens mais detalhadas. Diante disso, a vontade de retomar esses projetos e hobbies (como escrever e o próprio blog) sempre bate, mas esses pensamentos bloqueadores são como um muro:

Me pego pensando em fazer essas coisas de novo, mas esses pensamentos bloqueadores sempre me vêm à mente. Sinto a motivação por vídeos e até sinto que essas ferramentas que entregam algo “pronto” não são tão boas assim (como essa que gerou essa imagem acima), mas no fim, só me sinto um inútil.

E esse sentimento é o que dói mais. É a comparação direta entre a eficiência fria da máquina e a minha imperfeição humana. Eu sou lento. Eu erro. Me perco muitas vezes. E por isso, a produção “pronta” da IA parece anular meu esforço.


O Insight: Medo de Ser Inútil, Não de Ser Substituído

Avancei para o dia 17 (hoje, enquanto fazia algo), e a reflexão sobre “fazer coisas que já temos ferramentas que fazem melhor” continuou.

O que me ocorreu é que sou o tipo de pessoa que “espera ser designado a alguma tarefa”.

Pense em um trabalho escolar em grupo:

  1. Se me falam que sou bom com pesquisas e me designam a essa tarefa, vou me esforçar para fazer a melhor pesquisa possível.
  2. Mas se, por acaso, no meio do trabalho, me falarem que não sou bom para aquela tarefa, busco o líder para me redesignar ou tento ajudar no que posso.

Percebi que eu funciono melhor quando a minha utilidade é validada por uma função específica, mesmo que autoimposta. E esse comportamento me levou a um ponto crucial que surgiu na terapia:

Quando falei sobre isso com meu psicólogo, ele me perguntou se eu tenho medo de ser substituído.

Pensando muito, cheguei à conclusão que o meu maior medo não é ser substituído pela IA ou por outra pessoa. A substituição é um fato mercadológico. O que me aterroriza é o outro lado da moeda:

Meu maior medo é ser tido como um inútil / peso morto.

Essa é a verdadeira âncora que paralisa. Não é a performance da máquina, mas a minha autopercepção de que meu esforço não tem mais valor ou propósito diante de tanta eficiência pronta.

E você, já se sentiu inútil na era das ferramentas prontas? Deixe seu comentário!