Fala, meus perdidos! Hoje vim aqui falar de uma leitura que me pegou de surpresa: Maggie e a Guerra do Chocolate. Sim, o título parece coisa de criança, e sim… é mesmo. Mas calma, que tem mais camadas do que parece.

Figura que representa maggie lendo um livro em uma mão e em outra ela tem uma barra de chocolate, ela está com cara de brava.

O livro conta a história de Maggie, uma menina que vive no Canadá em 1939 — ou seja, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. A premissa é simples, mas fofa: sua melhor amiga, Josephine, está prestes a fazer aniversário e Maggie decide que vai dar de presente uma barra de chocolate. Só que, por causa da guerra, o preço subiu de 5 centavos para 8 centavos. Parece pouco? Tenta ser criança e juntar isso com moedinhas…

Pra isso, ela resolve ajudar o pai, que tem uma mercearia. Maggie faz entregas de bicicleta (alguém dá uma estrelinha pra essa menina!) e tenta juntar a grana do presente. Só que as coisas não saem como o planejado — ela sofre um acidente, quebra uns ovos e dá prejuízo de 25 centavos. Aí já viu: culpa, drama, aperto financeiro e pais que já não estavam lá muito tranquilos.

O mais interessante é ver como o livro mistura esse drama pessoal com o contexto social: jornais falando de protestos, pais reclamando do custo de vida, e… as crianças se organizando também. Sim, rola uma manifestação infantil — e é aí que tudo ganha um tom mais político, porém ainda acessível e leve.

O aniversário da Jo vai chegando, Maggie tá ali se virando, e as duas acabam se chateando por causa do pouco tempo juntas. E enquanto isso, as crianças (inclusive as duas) se organizam para as próximas manifestações. E não é só brincadeira, viu? No final, o livro até traz fotos e notas históricas reais sobre como, naquela época, as crianças foram usadas como forma de chamar atenção para causas políticas e econômicas.

Em vários momentos, Maggie se vê sendo julgada por ser filha de comerciante — como se a culpa de tudo fosse dela. Achei isso forte e curioso. A autora faz a gente refletir sobre classe social e desigualdade sem perder a ternura da história. Vale a leitura?

Vale muito. É um livro curtinho, simples e direto, mas que deixa a gente com aquele quentinho no coração — e talvez um leve desconforto no estômago, tipo quando a gente lembra que a infância nem sempre foi sinônimo de inocência.

E é isso, meus perdidos. Agora vou trocar meus livros na biblioteca e ver o que mais encontro por aí. Se tiverem sugestões de leitura, já sabem: manda aí!

Valeu!